Morte do "presidente" João Pessoa completa 81 anos

25/07/2011 21:30

 


 

Um dos episodio mais marcante da História Paraíba é lembrado nesta terça feira, 26. Há 81 anos morria ex-governador da Paraíba (na época era chamado de presidente) que hoje dá nome à capital do estado. No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João Dantas na confeitaria glória, na cidade de Recife PE, por questões de ordem pessoal e também políticas. A morte do ex-presidente foi o estopim para uma mobilização armada que mudou a estrutura política nacional, gerando o que foi chamado de Revolução de 30.

.
ANAYDE BEIRIZ E JOÃO DANTAS

 

O principal motivo que teria o advogado João Dantas a assassinar João Pessoa seria a publicação pelo (jornal A União oficial do Estado) de correspondências e escritos (como poemas) trocados entre o advogado e sua amante, a professora e poetisa Anayde Beriríz, além da exposição de fotografias intimas do casal na delegacia de polícia, que escandalizaram a sociedade moralista da época. Tanto as cartas e escritos quantos as fotografias foram confiscadas pela polícia no escritório de João Dantas na Rua: Duque de Caxias, no cento da Capital.

Desesperado com o ocorrido, João Dantas foi à cidade de Recife onde assassinou com arma de fogo o então governador do estado, que seria o candidato a vice-presidente da Republica na chapa de Getúlio Vargas. Depois do crime, João Dantas foi preso e encontrado morto na cadeia meses depois. Não se sabe com certeza se ele se suicidou ou se foi morto. João Dantas nunca declarou oficialmente os motivos que o levaram a assassinar João Pessoa. Contudo, na época havia uma grande rixa político-partidária, que dividia  Paraíba entre os que apoiavam   o governador e os oposicionistas, dos quais João Dantas fazia parte.

        Com a prisão de João Dantas, Anayde Beiriz refugiou-se na casa de auxilio Bom Pastor, no Recife, onde também faleceu sobre circunstâncias poucos esclarecida até hoje. Acredita-se que ela tenha se suicidado ingerindo veneno.

 

REVOLUÇÃO DE 30

 

A política brasileira dos primeiros anos da República até a década de 30 do século XX caracterizou-se pela dominação das chamadas oligarquias partidárias, marcada pelo coronelismo, voto de cabresto e pela alternância de pessoas do mesmo grupo político no poder, quase sempre oriundas dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Era a conhecida “política café com leite”. A candidatura do gaúcho Getúlio Vargas, junto com o Paraibano João Pessoa, representava uma tentativa de rompimento com a ordem estabelecida, o que não era aceito pela elite dominante, que apoiava a candidatura de Júlio Preste. Em março de 1930, Júlio Preste, apoiado pelo então presidente Washington Luís, venceu as eleições presidenciais sob acusações de fraude levantada pela oposição comandada por Getúlio Vargas. Com o assassinato de João Pessoa, iniciou-se um movimento armado no país contra a posse do presidente eleito, que culminou com a deposição, em 24 de outubro de 1930, do presidente Washington Luís e a subida ao poder de Getúlio Vargas. Terminava assim a República Velha brasileira e iniciava-se o Estado Novo. Fonte: Paraíba.com.br